Colocar o vinho no cardápio do dia a dia, faz bem ao coração e, segundo pesquisas, uma de suas moléculas pode combater o câncer e proporcionar longevidade. Agora, novos estudos apontam o “resveratrol” – uma substância encontrada na uva, como sendo um aliado contra a homocisteína.
Além da degustação, conta com os benefícios da bebida na prevenção de doenças cardíacas. De artigo de luxo, o vinho vem se transformando em recomendação de muitos cardiologistas.
Sou gaúcha e orgulho-me de dizer que o Rio Grande do Sul, produz vinhos tintos com grande concentração da molécula resveratrol; uma das 200 substâncias polifenólicas encontradas em cada corpo, e que beneficiam não só o coração, mas também o combate ao câncer. Os componentes contidos nos vinhos nacionais comparados aos de outros países só perdem para os franceses.
Um detalhe muito importante
As parreiras de uva devem vir de regiões onde as mesmas têm de sofrer para ir em busca de água, só assim conseguirão retirar as substâncias que a enriquecem – no Brasil, os vinhos da região sul são mais ricos em resveratrol e nas 200 substâncias polifenólicas, pois são plantadas em regiões montanhosas.
Os cientistas começaram a desconfiar dos benefícios do vinho para o sistema circulatório ao observar estudos de populações. Ainda nos anos 50, chamou atenção o que ocorria na França. Seu povo se empanturrava de comidas gordurosas, mas mesmo assim, tinha um índice de mortes por doenças cardíacas menor do que em outros países ocidentais. O mistério foi resolvido quando se percebeu uma diferença fundamental: eles são bebedores contumazes de vinho.
E o Suco de Uva?
Existe entre 0,03 e 0,15 miligrama de resveratrol em cada 100 gramas de uva. Mas, o vinho tinto tem valores maiores que um suco, graças ao seu processo de fabricação.
Artérias sem placas
Além disso, o resveratrol dificulta a agregação de plaquetas, células sangüíneas que correm até um determinado local de uma artéria, quando nela há uma lesão.
Normalmente, as plaquetas se concentram na região danificada com o objetivo de formar um tampão para estancar o sangue. Mas esse congestionamento em um vaso já estreitado pela gordura ali depositada, pode causar uma obstrução fatal. Essas ações da substância do vinho estão comprovadas em trabalhos que mostram o que ocorre nos vasos sangüíneos de quem tem o hábito de bebê-lo.
Grupos de estudo de vários países estão mergulhados em evidências de que o resveratrol tem diversos efeitos benéficos. Entre eles, uma provável ação contra o desenvolvimento de tumores. O primeiro especialista a levantar o hipótese foi o oncologista John Pezzuto, da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos.
Em um trabalho de 1997, Pezzuto provou que o resveratrol “tem uma ação antioxidante e antimutagênica”. Isto é, por um lado evita as moléculas de radicais livres, que podem reduzir ao câncer. Por outro, inibem mutações genéticas que disparam um tumor.
Goles contra o herpes
Outras investigações, realizadas por cientistas da Universidade Northeastem Ohio, nos Estados Unidos, sugerem que o resveratrol pode ser um bom remédio contra a herpes, combatendo a inflamação.
O segredo está na casca
A diferença não se deve às uvas em si, mas ao processo de fabricação da bebida. Na elaboração dos tintos, a casca da fruta é fermentada junto com a polpa. E é justamente nela que está concentrado o resceratrol. “Na produção dos brancos, a casca é descartada”.
Opte pelo vinho tinto
O vinho tinto tem alto teor de antioxidantes, que podem ajudar a proteger o cérebro dos danos provocados pelos radicais livres, derrames e perda de memória relacionada à idade.
O excesso de álcool é particularmente prejudicial ao cérebro e aumente a probabilidade de derrames. No entanto, com moderação, o álcool tem efeitos antiinflamatórios e tende a elevar o colesterol HDL, o colesterol bom, o que poderia ajudar a proteger os vasos sangüíneos da destruição.
O maior segredo do vinho tinto parece ser a alta concentração de antioxidantes, ausentes em outras bebidas alcoólicas.
Entre um grupo grande de 3.700 homens e mulheres, franceses com mais de 65 anos, os que bebiam moderadamente, tinham apenas 18% de probabilidade, dos que não bebiam, de sofrer declínio intelectual severo com a idade (demência). Os que tomavam vinho tinham apenas 25% de probabilidade de desenvolver a doença de Alzheimer.
Cientistas ingleses criaram uma tabela de equivalência comparando a ação antioxidante de alimentos e bebidas. Isto é, eles mediram seu poder de combater os famigerados radicais livres. Veja, a seguir, que o mais potente foi, de longe, o vinho tinto:
Artigo extraído do livro "Chique é ser saudável" - Heloísa Bernardes